segunda-feira, 21 de março de 2016

APRESENTAÇÃO



      O presente blog foi elaborado pela turma de Fitopatologia II , do curso de Agronomia , do  IFMT Campus  Campo Novo do Parecis , localizado as margens da Rodovia MT 235 Km 12, no município de Campo Novo do Parecis-MT , foram plantadas as culturas principais da agricultura na região , algodão, arroz, cana-de-açúcar, feijão, girassol, milho, milho pipoca e sorgo , afim de identificar e conhecer as principais doenças de cada cultura , sua severidade , seu controle e manejo adotado para evitar que a doença seja problema em plantios comerciais .

      Os experimentos foram todos plantados no dia 30 de outubro de 2015 no campus do IFMT , em Latossolo vermelho distrófico. O clima da região é equatorial e tropical quente e úmido, com temperatura anual média de 24°C, precipitação média anual de 1.900 a 2.400 mm e umidade média anual de 65%.

Docente Responsável: Dr(a). Ronilda Lana Aguiar

Discentes:
Carlos Felipe Fernandes
Diego Hahn Machado
Dionei Ribeiro
Evanderson de Oliveira
Felipe Checchio Anequine de Macedo
Ivan Luiz Biezus Junior
Lucas Marcelo Falcade Brugnera
Oleriana Santos
Rodrigo Gusmão Lazarin
Rogerio Petry
Willian White Menezes Andrade










Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Campo Novo do Parecis
MT 235 Km 12, s/n - CEP: 78360-000
Telefone: (65) 3382-6200

Campo Novo do Parecis / MT

CARACTERISTICAS DAS PARCELAS E TRATAMENTOS UTILIZADOS NO MILHO

O experimento foi instalado no dia 30 de novembro de 2015, constituído por 4 parcelas de 5 x 7 metros. Cada parcela obteve os seguintes tratamentos: a primeira parcela com tratamento de semente (TS) e aplicação de fungicida preventiva, a segunda tratamento da semente e fungicida curativo, a terceira parcela com tratamento de semente e a quarta parcela não recebeu nenhum tratamento. 


                                    Figura 1: Área experimental da cultura do milho
Fonte: Turtera, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis. 

adubação foi entre linhas com o adubo formulado NPK (0-25-20) 250 kg há-1. O plantio foi manualmente com profundidade de 3 cm. O espaçamento de 0,45 m entre linha e 3 plantas por metro linear. A aplicação de inseticida foi de acordo com a necessidade da cultura. O desbaste das plantas ocorreu vinte dias após a emergência da cultura. O controle de daninhas foi feito através de capina.
As principais doenças observadas na região do Parecis e também no campus foram : Helmintosporiose, Cercosporiose, Diplodia, Mancha Branca, Ferrugem Polissora e Antracnose.

HELMINTOSPORIOSE

 HELMINTOSPORIOSE- Exserohilum turcicum

 No Brasil, as maiores severidades desta enfermidade têm ocorrido em plantios de safrinha. as perdas na produção podem chegar a 50%.

ETIOLOGIA
O agente causal da doença é o fungo Exserohilum turcicum, o patógeno apresenta a capacidade de sobreviver em restos culturais na forma de conídios e micélio. A semente infectada contribui para a disseminação do patógeno.

SINTOMAS

Nas folhas os sintomas são de formato alongado, de coloração cinza á marrom. A doença geralmente ocorre nas folhas do baixeiro, folhas mais velhas, inicialmente da ponta das folhas. Em casos mais severos o tecido afetado pode vir a se romper.


Figura 1. Sintoma foliar de Helmintosporiose
 Fonte: Brugnera, 2016 – IFMT - Campus Campo Novo do Parecis.



EPIDEMIOLOGIA
   O patógeno é disseminado por vento, respingo de chuva, restos culturais, sementes contaminadas. Temperaturas em 15 a 30ºC são favoráveis ao desenvolvimento do patógeno associado a presença de orvalho. O patógeno apresenta a capacidade de colonizar folha e semente. Tem como hospedeiro alternativo o sorgo e capim Sudão. 

CONTROLE
    Rotação de cultura com espécies leguminosas, uso de cultivares resistente ou tolerante quando disponível, escolha de semente sadia , tratamento de sementes e controle químico com fungicidas .

FERRUGEM POLISSORA

FERRUGEM POLISSORA- Puccinia polysora Underw
A doença está distribuída por todo Brasil, foram determinadas perdas superiores a 40% na produção de milho devido à ocorrência de epidemias de ferrugem polissora.
ETIOLOGIA
Causada pelo fungo Puccinia polysora Underw , ataca a área foliar os uredósporos são amarelo-dourados , com formo elipsoidal a ovoide, os teliósporos são de coloração marrom-castanho  elipsoidal ou oblongos com as duas extremidades arredondadas.  
SINTOMA

 Os sintomas da ferrugem polissora são caracterizados pela formação de pústulas circulares a ovais, de coloração marrom clara ou alaranjadas , distribuídas, predominantemente, na face superior das folhas.  


Figura 1. Sintoma foliar de ferrugem polissora
Fonte: Embrapa, 2016 .


EPIDEMIOLOGIA
A ocorre  com maior intensidade em altitudes abaixo de 700 m, onde predominam temperatura mais elevadas (25 a 35oC). A ocorrência de períodos prolongados de elevada umidade   relativa  do  ar   também    é  um    fator importante   para  o desenvolvimento da doença.
CONTROLE

Uso de cultivares resistentes, a escolha da época e  local de plantio, a aplicação e fungicidas em situações de elevada pressão de doença.

ANTRACNOSE

 ANTRACNOSE - Colletotrichum graminicola


ETIOLOGIA
O agente causal da doença é o fungo Colletotrichum graminicola, sobrevive na forma de inóculo em sementes e restos culturais do milho.
SINTOMA

 Os sintomas são encontrados na nervura central das folhas, são de coloração marrom,  avermelhada a roxeada. Em estádios mais avançados a doença pode ser presente no limbo foliar. Os sintomas podem se apresentar de forma isolada ao longo da nervura central da folha e posteriormente coalescerem consumindo toda a nervura da folha.
Figura 1. Sintoma foliar de Antracnose na nervura
Fonte: Brugnera, 2016 – IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.



EPIDEMIOLOGIA
Condições  climáticas favoráveis como temperaturas entre 25 a 35Cº e umidade superior 85% são fatores de grande importância para sobrevivência do agente e seus processos reprodutivos. Quando presente em semente o fungo em condições ótimas inicia seu processo de proliferação da planta apresentando sintomas iniciais.

CONTROLE
Rotação de cultura com espécies leguminosas, uso de cultivares resistente ou tolerante quando disponível, escolha de semente sadia e adubação equilibrada. Controle químico visando a qualidade dos grãos com triazol e estrobilurina.

MANCHA DE DIPLODIA

DIPLODIA- Stenocarpella macrospora 

ETIOLOGIA
Causado pelo fungo Stenocarpella macrospora, apresenta a capacidade de infectar várias partes da planta, inclusive a semente. Pode atacar o Milho-Pipoca e ter hospedeiro alternativos em plantas e milho  tiguera.

SINTOMAS

 Manchas alongadas nas folhas, com ponto em formato de circulo, visível quando postos contra a luz, ficando evidente o local da infecção. Uma folha pode apresentar vários pontos de infecção causados pelo patógeno que pode apresentar formato alongado distribuindo-se em todo limbo foliar ou em pontos isolados, ocorrendo normalmente coalescência entre as lesões. Os sintomas podem ser encontrados no colmo, folhas, haste, sementes, sendo mais expressivas nas folhas.

Figura 1. Sintoma de mancha de Diplodia na folha 
 Fonte: Brugnera , 2016 – IFMT - Campus Campo Novo do Parecis, 2016.

EPIDEMIOLOGIA
Disseminado pelo respingo de chuva, vento, estruturas vegetativas contaminadas aderidas a maquinário, sementes contaminadas,. As condições ambientais que favorecem a ocorrência da doença são temperaturas moderadas e alta umidade.

CONTROLE
Uso de cultivares resistente ou tolerante quando disponível, rotação de cultura com espécies leguminosas, escolha de semente sadias e adubação equilibrada em caso de alta infestação adota-se o controle químico com fungicidas. 

MANCHA BRANCA

MANCHA-BRANCA- Phaosphaeria maydis

A mancha branca é considerada, atualmente, uma das principais doenças da cultura do milho no Brasil, estando presente em praticamente todas as regiões de plantio de milho no Brasil. As perdas na produção podem ser superiores a 60% em situações de ambiente favorável e de uso de cultivares suscetíveis.

ETIOLOGIA
 Tendo origem pelo fungo Phaosphaeria maydis o ,inóculo primário vem dos  restos culturais, não apresentando hospedeiros alternativos até o momento. Vento, respingo de chuva, sementes contaminadas, são fatores determinantes para a disseminação do patógeno. Nos picnídios estão presentes os esporos, alongados ou levemente arredondados, hialinos.

SINTOMAS

 As manchas se apresentam nas folhas e palhas da espiga, de formato  arredondada, alongada ou pouco irregulares, cloróticas inicialmente com diâmetro variando de 0,3 a 1cm,  tornando-se maiores posteriormente. Pode ocorrer a coalescência de lesões, ocasionando a morte de parte ou até de todas a área folia. Partes reprodutivas do fungo podem ser encontradas no centro das lesões.

Figura 1: Sintoma Mancha Branca na folha
     Fonte:  Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016

EPIDEMIOLOGIA
A doença é favorecida pela temperatura que varia de 15 a 25ºC, elevada precipitação e umidade relativa acima de 55%, longo período de orvalho. Vento, respingo de chuva, sementes contaminadas, são fatores determinantes para a disseminação do patógeno.

CONTROLE
Rotação de cultura com dicotiledôneas , evitar plantio sucessivo de milho pipoca e sucessão com milho, incorporação dos restos cultuais., aquisição de sementes sadias e variedades resistente ou tolerantes quando disponível, aplicação de fungicidas para controle químico a base de triazol e estrubilurina. 


CERCOSPORIOSE

CERCOSPORIOSE Cercospora zeae-maydis
A doença foi observada inicialmente no Sudoeste do estado de Goiás no ano de 2000. Atualmente a doença está presente em praticamente todas as áreas de plantio de milho no Centro Sul do Brasil. A doença ocorre com alta severidade em cultivares suscetíveis, podendo as perdas serem superiores a 80%.

ETIOLOGIA
Causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis

SINTOMAS

 Os   sintomas    característicos são  manchas     de   coloração   cinza, predominantemente retangulares, com as lesões desenvolvendo-se paralelas

às nervuras.  Em situações de ataques mais severos, as plantas tornam-se mais predispostas às infecções por patógenos no colmo, resultando em maior incidência de acamamento de plantas.
Figura 1: Sintoma Cercosporiose na folha

     Fonte:  Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016




 EPIDEMIOLOGIA
 A disseminação ocorre através de esporos e de restos de cultura  são levados pelo vento ou respingos de chuva. Os restos de cultura são, portanto, fonte de inóculo local e, também, para outras áreas de plantio. A ocorrência de temperaturas entre 25 e 30oC e de umidade relativa do ar superior a 90% são consideradas condições ótimas para o desenvolvimento da doença.


CONTROLE
Utilização  de cultivares resistentes. Destruição de restos da cultura de milho ,realizar a rotação com culturas não hospedeiras(dicotiledôneas),  evitar o plantio seguido de milho na mesma área; realizar adubações de acordo com as recomendações técnicas para evitar desequilíbrios nutricionais nas plantas, o controle químico deve ser avaliado como uma opção para o manejo da doença utilizar fungicidas a base de estrubirulina e triazol .

CARACTERISTICAS DAS PARCELAS E TRATAMENTOS UTILIZADOS NA CANA-DE-AÇÚCAR

  O experimento foi instalado no dia 30 de novembro de 2015, constituído por 4 parcelas de 5 x 7 metros. Cada parcela obteve os seguintes tratamentos: a primeira parcela com tratamento de semente (TS) e aplicação de fungicida preventiva, a segunda tratamento da semente e fungicida curativo, a terceira parcela com tratamento de semente e a quarta parcela não recebeu nenhum tratamento. A cultivar implantada foi a RB86-7515 , variedade tardia com ciclo em torno de 400 dias do plantio até seu corte , a adubação adotada foi  250 Kg Há-1 da formula 0-20-20, com plantio manual e espaçamento entre linhas de 1,20 metros.
   O plantio foi manualmente com abertura de sulcos a uma profundidade de 10 cm.  Vinte dias após o plantio foi feita a capina manual e adubação de cobertura com nitrogênio(30 kg/há-1). No inicio do estágio vegetativo, foi realizado adubação de cobertura com nitrogênio(60 kg/há-1)e potássio (35 kg/há-1)

Figura 1: Área experimental da cultura da Cana-de-açúcar
Fonte: Andreotti, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis.

As principais doenças encontradas na área foram , Escaldaduras das Folhas, Mancha Anelar , Podridão Vermelha e Estria Vermelha . As doenças encontradas variam de região e qual a variedade adotada e suas resistências  , afinal é o principal método de controle de doenças da cana-de-açúcar é adoção de variedades resistentes .

EXPERIMENTO PARA AVALIAÇÃO FITOPATOLÓGICA DO ARROZ (Oryza sativa)


O experimento foi instalado em Campo Novo do Parecis, (13°40'36.4"S 57°47'24.6"W) com altitude de 562°, centro-oeste do Estado do Mato Grosso, durante o ano agrícola 2015/2016, em um Latossolo Vermelho Distrófico. O clima da região é equatorial e tropical quente e úmido, com temperatura anual média de 24°C, precipitação média anual de 1.900 a 2.400 mm e umidade média anual de 65%.
O plantio foi dividido em quatro blocos, na qual cada unidade possui dimensão de 5m de largura por 7m de comprimento (Figura 01). A variedade utilizada no plantio foi AN CAMBARA, porte médio, ciclo 105 dias, florescimento 75 dias. Os tratamentos utilizados constituíram-se de plantio com tratamento de semente (TS) mais aplicação de fungicida preventivo, TS mais aplicação de fungicida curativo, TS sem aplicação de fungicida e a quarta parcela sem TS e sem aplicação de fungicida. O tratamento de semente foi realizado com CARBOXINA-TIRAM.
A implantação do experimento iniciou-se no dia 30 de outubro de 2015, com a adubação da área, NPK (0,25,25) 250kg/ha em linha, o plantio foi feito manualmente com população de 1.800.000/ha, profundidade 0,025m e espaçamento entre linhas de 0,45m.

Figura 01: parcela experimental
                    Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.


Dentre os tratos culturais se inclui, limpeza periódica da área contra daninhas, adubação de cobertura com 30 pontos de N apos o plantio e 30 pontos de N no inicio do reprodutivo (Figura 02).

Figura 02: área apos os primeiros 15 dias de plantio
                       Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.

         A primeira doença em ocorrência na área foi Mancha Parda (Bipolaris oryzae), apos 30 dias de plantio, no qual foi aplicado na primeira parcela o preventivo com fungicida de contato e sistêmico, visando a não ocorrência da doença que causa maior dano econômico a cultura Brusone (Pyricularia grisea). 
        A aplicação do curativo na segunda parcela foi realizada, 60 dias apos a implantação da cultura quando a doença, Brusone ja estava instalada na área, (Figura 03).

Figura 03: primeiros indícios de Brusone (Pyricularia grisea) na segunda parcela
                           Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.

     A doença de ocorrencia com maiores danos a cultura devido a condições de alta precipitação, somente pode ser vista nas duas ultimas parcelas, Escaldadura (Gerlachia oryzae), levando a percas de ate 35% da área experimental na terceira parcela, (Figura 04).

Figura 04: Ocorrecia severa de Escaldadura (Gerlachia oryzae)
                            Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.

Escaldadura das Folhas

ESCALDADURA-DAS-FOLHAS - Xanthomonas  albilineans

Foi identificada na Austrália e Java e hoje é encontrada em todas as regiões produtoras de cana  no mundo.

Etiologia
O agente causal da doença é uma bactéria gram-negativa denominada Xanthomonas albilineans que é capaz de colonizar os vasos do Xilema da planta.

Sintomas
Em variedades suscetíveis a doença pode causar grandes perdas, devido a queima das folhas e morte dos colmos, já as variedades tolerantes podem servir como um depósito do patógeno. Alguns fatores como o aumento da umidade durante a maturação e estresses provocados por seca, frio e inundação podem intensificar os sintomas. Plantas atacadas pela doença apresentam três tipos de infecção:
LATENTE (assintomática) que pode ser identificado apenas por métodos de alta sensibilidade.

CRÔNICA: Sintomas variando de estrias brancas e finas ao longo de toda folha, paralelas a nervura central até as bainhas foliares.
AGUDA: Sintomas de “queima” das folhas, evoluindo da ponta ou pelas margens podendo necrosar totalmente a folha. Os colmos podem apresentar descoloração dos feixes do xilema na região do “nó”, com a morte da gema apical, surgem brotações laterais por todo colmo.
Figura 1: Sintoma Escaldadura das folhas
     Fonte:  Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016

Epidemiologia
A doença é disseminada principalmente por instrumentos de corte, podões e colhedora e também pela utilização de mudas contaminadas. Os ventos e as chuvas podem disseminar a doença por longas distâncias, quando espalham a bactéria presente em áreas mortas (necroses) das plantas afetadas. Condições de estresse (frio, seca ou temperatura muito alta) induzem o aparecimento da fase aguda da doença.

Controle
Utilização de variedades resistentes associada à produção de mudas certificadas, com alta sanidade. No campo pode-se evitar a disseminação da doença através da desinfecção e limpeza dos instrumentos de corte, com a utilização de produtos químicos que contenham bactericidas (amônia quaternária). As operações de “roguing” proporcionam uma boa medida de controle na produção de mudas de cana-de-açúcar.

domingo, 20 de março de 2016

CARACTERISTICAS DAS PARCELAS E TRATAMENTOS UTILIZADOS NO SORGO

         O experimento foi instalado no dia 30 de novembro de 2015, constituído por 4 parcelas de 5 x 7 metros. Cada parcela obteve os seguintes tratamentos: a primeira parcela com tratamento de semente (TS) e aplicação de fungicida preventiva, a segunda tratamento da semente e fungicida curativo, a terceira parcela com tratamento de semente e a quarta parcela não recebeu nenhum tratamento. A aplicação preventiva foi realizada no dia 02/01/2016 com grupo químico triazol + estrubilurina (500 ml/há-1), já a aplicação curativa foi realizada no dia 20/02/2016. O tratamento de sementes foi realizado com inseticida/fungicida grupo químicos das estrobilurinas, benzimidazol e pirazol (400 ml/100 kg de semente)(Figura 2).



Figura 1: Área experimental da cultura do Sorgo
Fonte: MACHADO; CHECCHIO, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis.

        

          A cultivar implantada foi a Ranchero, granífero ausente de tanino, de ciclo semi precoce com florescimento entre 60 a 65 dias após a emergência e colheita entre 125 a 130 dias após a emergência. Considerada uma variedade susceptível as doenças. No preparo da área foi composto por: escarificação e posterior destorroamento, as linhas foram demarcadas por uma semeadora, regulada para 250 Kg Há-1 da formula 0-20-20, com plantio manual e espaçamento entre linhas de 0,45 m e 8 sementes por metro.
   O plantio foi manualmente com profundidade de 3 cm. O espaçamento de 0,45 m entre linha e 5 plantas por metro linear. Vinte dias após o plantio foi feita a capina manual e adubação de cobertura com nitrogênio(30 kg/há-1). No inicio do estágio vegetativo, foi realizado adubação de cobertura com nitrogênio(60 kg/há-1) e potássio (35 kg/há-1) e aplicação de inseticida do grupo químico organosfosforado (0,75 kg/há-1). Na fase foi feita adubação de cobertura com nitrogênio (60 kg/há-1) e potássio (35 kg/há-1), capina manual e aplicação de inseticida do grupo químico peretroide (200 ml/há-1). 

     O uso de inseticidas era semanalmente devido á alta incidência de Lagarta do Cartucho
(Spodoptera frugiperda). Na fase vegetativa foi realizado a ultima capina, pois com o adensamento da cultura controlou a infestação de plantas daninhas na parcela. A adubação de cobertura foi realizado aproximadamente 30 a 35 dias após a emergência.
 



Figura 2: Ferramenta adaptada para plantio da cultura e Produto utilizado para (TS)
Fonte: MACHADO; CHECCHIO, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis.



As doenças que apareceram na cultura foram o Míldio, Helmintosporiose, Antracnose, Mancha Foliar de Pyriculária, Doença açucarada do sorgo, Mancha Zonada e Risca Bacteriana. Segue a descrição das doenças a baixo.

MÍLDIO NO SORGO

    O míldio do sorgo é uma doença com ampla faixa de adaptação climática, sendo encontrada em todas as regiões de plantio de sorgo no Brasil. Em cultivares suscetíveis, os danos à produtividade podem chegar a 80% sob condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Plantas com infecção sistêmica tornam-se estéreis e não produzem grãos. Resultados de pesquisa têm demonstrado uma relação linear significativa entre a incidência de infecção sistêmica e perdas no rendimento de grãos na cultura.

 Etiologia

      Peronospora parasitica este fungo causa doença em brasicáceas (crucíferas - brócolis, couve, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula) na fase de sementeira, afetando a formação dos cotilédones e das mudas. Os conídios, produzidos nas extremidades de esterigmas, medem de 15 a 29 mm de comprimento por 15 a 27 mm de largura, são hialinos, ovalados, desprovidos de papilas e de poros e germinam formando tubos germinativos. Os oosporos são produzidos no mesófilo, entre os feixes fibrovasculares, apresentam forma esférica, com diâmetro de 25 a 42 mm, são hialinos, amarelados e envolvidos pelas paredes do oogônio, com espessura irregular

        A forma localizada da doença resulta da infecção das folhas por conídios, que causam lesões necróticas. Sob condições de alta umidade, o patógeno produz uma grande quantidade de conídios, apresentando o mesmo crescimento algodonoso e branco observado na infecção sistêmica. As lesões são retangulares e medem aproximadamente 1 a 4 x 5 a 15 mm.


        Sintomas

    O míldio ocorre na forma de infecção sistêmica e localizada. Os sintomas típicos de infecção sistêmica são a formação de estrias paralelas de tecidos verdes alternadas com áreas de tecidos cloróticos. Em condições de temperatura amena e ambiente úmido, a superfície abaxial da área foliar clorótica é coberta por uma camada branca, que consiste de conídios (esporângios) e esporangioforos de P. sorghi. Em estádios mais avançados, a área de tecidos cloróticos torna-se necrótica e é rasgada pela ação do vento, liberando os oósporos no solo através dos quais o patógeno sobrevive na ausência do hospedeiro. A infecção localizada caracteriza-se por manchas cloróticas, retangulares, limitadas pelas nervuras laterais, que também podem apresentar crescimento pulverulento branco na superfície abaxial das folhas em condições úmidas e frias.

                
             
Figura 1: Sintoma de Míldio na folha do Sorgo.
Fonte: MACHADO;CHECCIO, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis







Figura 2: Sintoma de Míldio na folha do Sorgo.
Fonte: MACHADO;CHECCIO, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis


        Epidemiologia

      O patógeno produz, em plantas com infecção sistêmica, uma estrutura de resistência denominada de oósporos, os quais são liberados para o solo quando as folhas são rasgadas pelo vento. Estes oósporos podem sobreviver no solo por longos períodos de tempo e irão infectar plantas suscetíveis no próximo plantio. A temperatura mínima no solo para infecção pelos oósporos é de 10°C. As ocorrências de temperatura em torno de 18 a 20°C, elevada umidade relativa do ar e incidência de luz solar por algumas horas, antes de períodos úmidos, são consideradas ótimas para a produção de esporângios, estrutura responsável pela disseminação da doença na lavoura.

       Controle


     A medida mais eficiente para o manejo do míldio é o uso de cultivares resistentes. Atualmente, existem cultivares com bom nível de resistência ao míldio, mas, como o patógeno apresenta elevada variabilidade genética (o que lhe permite adaptar-se com certa facilidade aos genes de resistência em uso), trabalhos de identificação de novas fontes de resistência devem ser realizados continuamente. A utilização de outras medidas que permitam a redução do potencial de inóculo do patógeno na área, como rotação de culturas, aração profunda e eliminação de restos culturais e hospedeiros alternativos, deve ser feita num sistema de manejo integrado.