domingo, 20 de março de 2016

DOENÇA AÇUCARADA DO SORGO

A doença açucarada do sorgo, conhecida também como “ergot” ou mela da panícula, foi constatada pela primeira vez, no Brasil, em 1995. Atualmente, essa doença tem ocorrido de maneira severa e generalizada em todas as regiões do Brasil, tornando-se um sério problema para as indústrias de sementes e para os produtores de grãos e/ou forragens de sorgo. Como o patógeno infecta somente o ovário não fertilizado, durante a antese todos os fatores climáticos e biológicos que afetam a produção e o vigor do pólen e/ou impedem a abertura normal das anteras vão favorecer o patógeno a induzir e desenvolver a doença açucarada. 

Etiologia

O agente causal dessa doença é o fungo Sphacelia soghi, a forma imperfeita de Claviceps africana. A forma imperfeita ou conidial do fungo é mais freqüente, na natureza, onde os conídios estão contidos na exsudação das flores infectadas, em três formas: os microconídios, os macroconídios e os conídios secundários.Os conídios provenientes de hospedeiros secundários, de panículas de sorgo infectadas de plantas remanescentes ou de restos de cultura são o inóculo primário ou fonte de infecção primária. 

         Sintomas

       Os primeiros sintomas da doença podem ser observados no ovário, de três a cinco dias após a infecção. O ovário infectado apresenta coloração cinza enrugada, em contraste com o verde-escuro e arredondado de um ovário sadio e fertilizado. Com a evolução da infecção, a base do ovário é substituída por uma estrutura estromática, que, gradualmente, estendese para cima. Externamente, os sintomas evidenciamse de cinco a dez dias após a inoculação, na forma de gotas de coloração rósea, pegajosas, adocicadas que exsudam dos ovários infectados. Sob condições de alta umidade, um saprófita, Cerebella volkensii, cresce sob as gotas, que convertem-se emuma massa negra e amorfa. Sob condições de alta temperatura e baixa umidade, há o ressecamento da exsudação, que se transforma em uma crosta esbranquiçada e dura, a qual destaca-se facilmente da panícula. No interior das glumas, finalmente, a estrutura do fungo (estroma) pode transformar-se em esclerócio.




Figura 1: Sintomas da Doença açucarada na Panícula do sorgo
Fonte: MACHADO;CHECCHIO, 2016 - IFMT-Campus Campo Novo do Parecis.



      Epidemiologia

     A disseminação secundária da doença ocorre de cinco a doze dias após a infecção primária no sorgo, por meio de conídios que são produzidos aos milhares e disseminados de uma flor a outra, de uma mesma panícula, ou para diferentes panículas. O patógeno é disseminado rapidamente dentro da lavoura, levado pelo vento, por respingos de chuva e por insetos. As condições meteorológicas favoráveis ao desenvolvimento da doença açucarada, durante o florescimento, são temperaturas mínimas de 13 a 18,7 oC e umidade relativa de 76 a 84%.




        Controle

  
    Na parcela foi utilizado o controle químico com estrobilurina e triazolinthione (400 ml/há-1). Uso de cultivares bem adaptadas à região de plantio e mais tolerantes a baixas temperaturas. Semeadura em épocas adequadas, de modo a evitar que o período de florescimento não coincida com baixas temperaturas. Remoção de plantas remanescentes e de plantas hospedeiras secundárias do patógeno.


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