O míldio
do sorgo é uma doença com ampla faixa de adaptação climática, sendo encontrada
em todas as regiões de plantio de sorgo no Brasil. Em cultivares suscetíveis,
os danos à produtividade podem chegar a 80% sob condições favoráveis ao
desenvolvimento da doença. Plantas com infecção sistêmica tornam-se estéreis e
não produzem grãos. Resultados de pesquisa têm demonstrado uma relação linear
significativa entre a incidência de infecção sistêmica e perdas no rendimento
de grãos na cultura.
Etiologia
Peronospora parasitica este fungo
causa doença em brasicáceas (crucíferas - brócolis, couve, couve-flor,
rabanete, repolho e rúcula) na fase de sementeira, afetando a formação dos
cotilédones e das mudas. Os conídios, produzidos nas extremidades de esterigmas, medem de
15 a 29 mm de comprimento por 15 a 27 mm de largura, são hialinos, ovalados,
desprovidos de papilas e de poros e germinam formando tubos germinativos. Os
oosporos são produzidos no mesófilo, entre os feixes fibrovasculares,
apresentam forma esférica, com diâmetro de 25 a 42 mm, são hialinos, amarelados
e envolvidos pelas paredes do oogônio, com espessura irregular
A forma localizada da doença resulta da infecção das folhas por
conídios, que causam lesões necróticas. Sob condições de alta umidade, o
patógeno produz uma grande quantidade de conídios, apresentando o mesmo
crescimento algodonoso e branco observado na infecção sistêmica. As lesões são
retangulares e medem aproximadamente 1 a 4 x 5 a 15 mm.
Sintomas
O míldio
ocorre na forma de infecção sistêmica e localizada. Os sintomas típicos de
infecção sistêmica são a formação de estrias paralelas de tecidos verdes
alternadas com áreas de tecidos cloróticos. Em condições de temperatura amena e
ambiente úmido, a superfície abaxial da área foliar clorótica é coberta por uma
camada branca, que consiste de conídios (esporângios) e esporangioforos
de P. sorghi. Em estádios mais avançados, a área de tecidos
cloróticos torna-se necrótica e é rasgada pela ação do vento, liberando os
oósporos no solo através dos quais o patógeno sobrevive na ausência do
hospedeiro. A infecção localizada caracteriza-se por manchas cloróticas,
retangulares, limitadas pelas nervuras laterais, que também podem apresentar
crescimento pulverulento branco na superfície abaxial das folhas em condições
úmidas e frias.
Figura 1: Sintoma de Míldio na folha do Sorgo.
Fonte: MACHADO;CHECCIO, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis
Figura 2: Sintoma de Míldio na folha do Sorgo.
Fonte: MACHADO;CHECCIO, 2016 – IFMT- Campus Campo Novo do Parecis
Epidemiologia
O patógeno produz, em plantas com infecção sistêmica, uma estrutura de resistência denominada de oósporos, os quais são liberados para o solo quando as folhas são rasgadas pelo vento. Estes oósporos podem sobreviver no solo por longos períodos de tempo e irão infectar plantas suscetíveis no próximo plantio. A temperatura mínima no solo para infecção pelos oósporos é de 10°C. As ocorrências de temperatura em torno de 18 a 20°C, elevada umidade relativa do ar e incidência de luz solar por algumas horas, antes de períodos úmidos, são consideradas ótimas para a produção de esporângios, estrutura responsável pela disseminação da doença na lavoura.
Controle
A medida mais eficiente para o manejo do míldio é o uso de cultivares resistentes. Atualmente, existem cultivares com bom nível de resistência ao míldio, mas, como o patógeno apresenta elevada variabilidade genética (o que lhe permite adaptar-se com certa facilidade aos genes de resistência em uso), trabalhos de identificação de novas fontes de resistência devem ser realizados continuamente. A utilização de outras medidas que permitam a redução do potencial de inóculo do patógeno na área, como rotação de culturas, aração profunda e eliminação de restos culturais e hospedeiros alternativos, deve ser feita num sistema de manejo integrado.
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