É uma importante doença na cultura da cevada por ser bastante destrutiva. Sua ocorrência se dá em locais cuja estação de cultivo caracteriza-se por baixas temperaturas e umidade elevada. No Brasil, foi constatada no Rio Grande do Sul.
Etiologia
O
agente causal da escaldadura, tanto na sua fase imperfeita como perfeita, foi
reclassificado no inicio da década de 80. atualmente, Gerlachia oryzae é o nome que o fungo recebe na faze imperfeita. Os conídios
são curvos, unicelulares quando jovens e bicelulados quando maduros, hialinos,
não-pedicelados e arredondados em ambas as extremidades; raramente apresentam 2
ou 3 septos. A colonias jovens apresenta aspecto cotonoso branco, e,
posteriormente, passam a apresentar coloração creme e massas rosadas nas quais
os conídios são produzidos.
Os
ascóporos são originários de peritécios esféricos de coloração marrom escura,
sendo os ascos cilíndricos, levemente curvos e produzem 8 esporos. Estes
apresentam formato elíptico, são hialinos, normalmente com 3 septos.
Sintomas
A doença
ocorre em sua maioria nas folhas, mais também atinge, bainha, panícula e grãos.
Os sintomas típicos das folhas iniciam-se pelo ápice e/ou pelas margens, na
forma de manchas de coloração verde-oliva opaca que constata com o verde das
áreas não atacadas. Os bordos das manchas não são bem definidos e apresentam-se
com aspecto de encharcamento. Posteriormente, nas áreas atacadas exibem uma
sucessão de faixas concêntricas, onde pode ser observada uma alternância de
faixas marrom-claro e faixas marrom-escuro. Os bordos com aspecto de
encharcamento precedem as faixas de com marrom à medida que a doença progride
para áreas sadias da folha. Nos bordos de uma mancha jovem com tecidos
encharcados é comum a presença de massas esbranquiçadas contendo conídios do
patógeno Alem de tipicas manchas em faixas, um outro tipo de sintoma pode
aparecer nas folhas na forma de pequenas manchas de coloração marrom, sem
formas definidas, que se distribuem por toda a superfície foliar.
FIGURA 1: Sintoma de Escaldadura na folha
Fonte: Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016
Epidemiologia
O
patógeno sobrevive em sementes, restos culturais e hospedeiros alternativos. O
desenvolvimento do fungo é favorecido por temperaturas compreendidas entre 20°
e 30°C. A germinação do conídio exige a presença de um filme de água na
superfície da folha e origina um tubo germinativo que se desenvolve formando
estruturas de vários tamanhos, semelhantes a apressórios. A penetração ocorre
através dos estômatos. As hifas desenvolvem-se no mesofilo foliar e emergem
pelos estômatos, produzindo massas de esporos que podem ser disseminados
através da água e do vento.
Figura 2: Avanço da doença na área
Fonte: Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016
Fonte: Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016
Controle
Quanto ao
emprego de variedades resistentes no controle da doença, pouca informação
existe. Algumas variedades testadas com inoculação artificial mostraram
variações quanto ao grau de resistência, demonstrando ser possível utilizar
estes materiais em programas de melhoramento ou mesmo usa-los diretamente.
Medidas
preventivas incluem o uso de sementes sadias ou tratadas com fungicidas e
rotação de culturas. A pulverização com fungicidas sistêmicos, na
fase vegetativa, pode diminuir a incidência da doença. A viabilidade econômica
da pulverização com fungicida é desconhecida.
Figura 3: Área infestada
Fonte: Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016
Fonte: Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016
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