terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

MANCHA ESTREITA (Cercospora oryzae)

A doença encontra-se de forma endêmica em todas as regiões orizículas, com danos econômicos muito reduzidos e com maior intensidade em solo pobre e degradado. O potencial de inóculo nas lavouras foi reduzido nos últimos anos, de 1993 a 2002, ao ponto de a ocorrência do fungo Cercospora janseana Racib. O. Const. nas sementes de arroz ter se tornado raro.

         Etiologia
O agente causal é o fungo Cercospora oryzae, um deuteromiceto cujos conídios são cilíndrico a acavalados, normalmente apresentam de 3 a 10 septos, hialinos ou levemente oliváceos. Os conidióforos são escuros, com 3 ou mais septos, e emergem pelos estômatos isoladamente ou em grupos de dois ou três.
Na fase perfeita, o patógeno é o ascomiceto Sphaerulina oryzina. Apresenta peritécios globosos e escuros, imersos na epiderme da planta. Os ascos tem forma cilíndrica aclavada, sendo os ascósporos fusiformes retos ou levemente curvos, hialinos, com três septos.
 Sintomas
 As manchas foliares possuem formato alongado e estreito, linear, não atingindo mais do que 1 ou 2 espaços internervuras, no sentido transversal.  Normalmente possuem em média de 2 a 10 mm de comprimento e 1 mm de largura. As lesões possuem colorações pardo-avermelhadas, podem ocorrer em grande número numa mesma folha e podem coalescer.
As manchas típicas aparecem mais frequentemente nas folhas. No entanto, sob condições de ataque severo, as manchas podem ser encontradas nas bainhas, colmos e glumelas. As lesões características são estreitas, finas, necróticas, alongadas no sentido das nervuras, apresentando coloração marrom-avermelhada.

                                         
 Figura 1: Sintoma de Mancha Estreita na folha
Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.

  Epidemiologia
 O fungo se desenvolve dentro de um ampla faixa de temperatura. O crescimento ótimo é conseguido entre 25-28°C. Varias raças fisiológicas tem sido detectadas através de uma serie diferencial de variedades de arroz.
A sobrevivência ocorre nos restos de cultura. Uma vez na superfície da folha, trazidos principalmente pelo vento, os conídios germinam e penetram pelos estômatos. A colonização dos tecidos é feita pelo crescimento intracelular das hifas, que emergem através dos estômatos, produzindo conidióforos e conídios, os quais são novamente disseminados pelo vento. Condições de umidade alta e temperatura elevada (28°C) são favoráveis ao desenvolvimento da doença.

                                     
 Figura 2: Sintoma de Mancha Estreita nas folhas
Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.


Controle
 O uso de variedades resistentes é a medida mais indicada para evitar ou diminuir os danos. Ao longo do tempo, diversas variedades foram produzidas em programas de melhoramento dirigidos para mancha estreita. Embora a doença venha merecendo pouca atenção no Brasil, a incorporação de resistência em variedades nacionais pode ser facilitada graças a existência de material estrangeiro com boas características agronômicas e portador de resistência.
Outras medidas podem contribuir para o controle da doença, entre as quais o emprego de sementes sadias ou tratadas, a eliminação do arroz vermelho, que se constitui num hospedeiro alternativo, e mesmo a rotação de cultura. Alguns fungicidas, de contato e sistemicos tem sido recomendados para o controle do patógeno. 

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