terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

BRUSONE (Pyricularia grisea)

           
  As perdas são variáveis em função da variedade cultivada e dos fatores climáticos prevalecentes nas áreas de cultivo. No Brasil, alguns dados revelam perdas no peso de grãos da ordem de 8-14%, enquanto índices de 19-55% de espiguetas vazias foram observados em experimentos conduzidos em condições de campo.

Etiologia


        O agente causal da brusone é o fungo Magnaporthe grisea, que corresponde ao estádio anamórfico Pyricularia grisea (=P. oryzae)
            O fungo é perpetuado através da formação de esporos assexuais ou conídios. Os conídios são piriformes, obclavados, com base circular e ápice fino, levemente escuros ou hialinos, com pequeno hilo na base, medem 17-23 um por 8-11 um ligam-se ao conidióforo pelo seu do mais dilatado. Normalmente, são encontrados dois septos por esporo, sendo a presença de um ou três septos raramente observada. Os conidióforos são longos, septados, simples ou em pequenos feixes, raramente ramificados, simpodiais, geniculados com a parte basal mais larga do conidióforo, cor marrom-pálido e emergentes através de estômatos.
          
Sintomas
      A brusone pode ocorrer em todas as partes aéreas da planta, desde os estágios iniciais de desenvolvimento ate a fase final de produção de grãos. Nas folhas, os sintomas típicos iniciam-se por pequenos pontos de coloração castanha, que evoluem para manchas elípticas, com extremidades agudas, as quais, quando isoladas e completamente desenvolvidas, variam de 1-2 cm de comprimento por 0,3-0,5 cm de largura. Estas manchas crescem no sentido das nervuras, apresentando um centro cinza e bordos marrom-avermelhados, as vezes circundadas por um halo amarelado. O centro e constituído por tecido necrosado sobre o qual são encontradas as estruturas reprodutivas do patógeno A dimensão do bordo esta diretamente relacionada com a existência da variedade e com as condições climáticas, sendo estreita ou inexistente em variedades muito suscetíveis.

                                                      

                                               FIGURA 1: Sintoma de Brusone na folha 
  Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.


Epidemiologia
       O crescimento pode ocorrer, em meio de cultura, em temperaturas pode ocorrer, em meio de cultura, em temperaturas variáveis de 8°C a 37°C, sendo 28°C a temperatura mais favorável. A faixa ótima para esporulação esta em torno de 28°C, embora possa ocorrer esporulação desde 10°C ate 35°C. A liberação de esporos não é muito influenciada pela temperatura e normalmente ocorre na faixa de 15°C a 35°C. Em relação a germinação, temperaturas compreendidas entre 25°C a 28°C favorecem o processo. Quanto a umidade, a produção de conídios sobre as lesões tem inicio quando a umidade relativa atinge no mínimo 93%. Para a germinação, há necessidade de água livre, pois raramente o esporo germina sob condições de ar saturado.


                                                     
FIGURA 2: Condição ambiental favorável
   Fonte:  Andrade; Brugnera. IFMT, Campo Novo do Parecis, 2016.

Controle
       Recomenda-se a adubação equilibrada, tratamento de sementes, aquisição de sementes sadias, eliminação de gramíneas hospedeiras e controle químico com fungicidas. Assim como rotação de cultura nas áreas com culturas dicotiledôneas. 

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